Bom, primeiramente tenho que agradecer de corpo e
alma, do fundo do meu coração, a todas as pessoas leitoras desta fanfic.
Pessoas lindas, dignas e fofas que tiveram total paciência por meus atrasos.
Agradeço a cada comentário, levei em consideração todas as dicas. Peço perdão a
todos que não consegui satisfazer de tal maneira. Obrigada pela severa
companhia durante dois longos anos. Não sei se a história realmente cativou
cada coração, mas fiz da forma que pude e que veio a minha mente.
Aqui vai mais uma parte, ou a moral da história.
Abraços a todos :D
[...]
Já com 8 anos de vida, Maria gargalhava no banco de
trás do carro, ouvindo a mamãe cantar músicas engraçadas.
- Mamãe, quem é aquele menininho na foto? –
Perguntou ela, curiosa, olhando uma pequena foto de Nathan quando bebê no canto
do para brisa.
- Hmmm, aquele menininho é seu irmão. – Disse
Miley, tentando desviar a conversa. – Vamos cantar mais uma música?
- Irmão?
- Sim, filha, antes de você nascer, eu e o papai
tínhamos um filho, o nome dele era Nathan, mas um dia aconteceu um acidente
horrível e ele ficou muito machucado, veio a falecer.
- Fale ... o que?
- Falecer, é quando a pessoa morre, muito triste. –
Explicou ela, passando a mão nos joelhos de Maria, enquanto dirigia. – Nathan
foi o primeiro presente maravilhoso que Deus nos enviou, depois veio você e
perder um filho é a pior dor do mundo, então, por favor, quando eu disser para
não fazer ou ir a algum lugar, não vá e não faça.
- Tudo bem, mamãe – Disse, ela sorrindo.
Como viviam próximo a praia, Maria já deixara de
ser uma criança branca, ela era morena do sol, cabelos longos, castanhos claros
e todo enrolado, os olhos azuis da cor do mar e o sorriso cativante que a mãe
tinha. Era uma menina inteligente, tirava boas notas na escola e servia sempre
de exemplo para os colegas de classe.
Estava na etapa final da fase
“banguelinha” e achava aquilo engraçado. Gostava de se cuidar como uma mulher
adulta e era o xodó da vovó Luiza. Sempre disposta a ajudar, feliz da vida e
lhe dava bem com todos. Maria era o exemplo de criança com futuro feito.
Liam, com seus 32 anos, havia saído da carreira
policial pra seguir a advocacia. Quando Maria tinha 2 anos, ele começou a
faculdade de Direito e hoje tinha seu próprio escritório. Ampliaram a casa,
deixando espaço de sobra para os cachorros, uma piscina e área de lazer.
Depois dos dias maravilhados na França, fizeram
mais duas viagens inesquecíveis. Uma pra Índia, quando Maria tinha 3 anos e outra
para o Brasil, quando havia completado 7. Na Índia, aproveitaram para aprender
a forma de vida deles, usar roupas diferentes e descobrir que lá oferece um dos
melhores ensinos do mundo para uma criança. Quando foram para o Brasil, ficaram
boquiabertos com as belezas da cidade maravilhosa, praias quentes e muita gente
bonita. Pessoas da pele dourada, sorriso bonito e disposição para ajudar.
Gostaram tanto e prometeram voltar mais vezes pra explorar outros cantos e
diferentes culturas.
Maria e Raul estudavam na mesma escola, eram primos
e cresceram juntos. Eram poucos meses de diferença e se protegiam de todo o
mal. Raul, filho de Fabíolla e Henrique, havia ganhado uma irmã há poucos
meses, a Melissa, ela tinha 4 meses e era a cópia escarrada de dona Luiza. Com
as mesmas energias que Maria tinha quando nasceu. Fofa, inteligente, uma graça.
Elisa e Lucas haviam se casado há alguns anos e
ainda não tinham filhos. Trabalhavam o tempo todo e quase não tinham tempo para
viver em família. Lisa trabalhava como diretora de uma escola infantil, onde
também lecionava para os baixinhos. Era o que ela amava fazer e pretendia, sim,
ter filhos. Lucas, filho do meio de dona Luiza e seu Paulo, era gerente comercial
numa empresa multinacional que fabricavam acessórios para praticar esportes, em
Los Angeles. Com o dinheiro que eles ganhavam, reformaram toda a casa, com
quartos e banheiros de sobra, brinquedoteca, uma piscina de chão e escritório
particular. Formavam um belo casal e muito admirados pela vizinhança mais
velha. Estavam sempre dispostos a ajudar e tratavam todos com carinho.
E Pedro e Brenda? Ainda viviam em Nashville, na
fazenda dos pais de Brenda e cultivavam tudo que lá tinha. Cuidavam do gado e
todos os outros animais. Uma vida de campo, gostosa e tranqüila. Brenda possuía
cisto no ovário, por isso não poderia engravidar, estavam no processo final
para adoção de duas crianças, uma de 8 anos e outra de 4. Eram duas meninas,
Lorena e Giovanna. Irmãs de sangue, abandonadas pelos pais num abrigo, pois
eles não tinham condições de cuidar. Já tinham tudo preparado para recebê-las.
Casa limpa, quartos, brinquedos, material escolar, um cavalo pra cada uma e
ainda um pequeno playground num imenso verde.
Brenda estava feliz em realizar o sonho de ser mãe e Pedro, não continha
a emoção, mesmo com a chegada das meninas, sonhava em fazer de tudo pra
engravidar sua mulher e clamava a Deus que a curasse do cisto.
Rubens e Laura, como andam? Cansaram de viver na
Austrália, decidiram experimentar a vida mais agitada que os Estados Unidos
oferecia. Esperaram Lívia terminar a
faculdade e partiram. Por mais que achassem ruim no começo, com o tempo, se
acostumaram. Lívia amou o novo lar, uma casa simples, nas ruas tranqüilas e
limpas de Los Angeles. Moravam perto de Miley e Liam e podiam ver Maria quantas
vezes quisessem. Lívia conquistou novas
amizades e logo conseguiu um emprego. Seu Rubens, já aposentado, não quis mais
trabalhar, decidiu viver tranqüilo, com sua esposa e filha. Tinha tudo que lhe
pertencia por perto, então não havia motivos pra reclamar.
Fabíolla e Henrique eram os únicos que tinham a
vida corrida, pois Mel havia nascido há poucos meses e não podiam tirar a
atenção de Raul. Ele ajudava a cuidar da irmã, a protegia de tudo e até ninava.
Rick era biólogo e trabalhava como diretor de meio ambiente numa empresa da
cidade. Fabi havia parado de trabalhar quando engravidou, agora decidia
procurar um novo emprego logo que Mel completasse um ano de vida.
Luiza e Paulo, sentiam-se realizados, pois seus
filhos cresceram sem nenhuma dificuldade, estudaram e realizaram seus sonhos em
exercer aquilo que realmente gosta. Estavam ali, vivendo naquele mesmo
apartamento, com um amor incondicional, só os dois. Num charme, numa vontade de
viver. Eram românticos e namoravam sempre que sentiam vontade. Luiza era uma
mulher atraente e Paulo, um senhor enxuto, que muitas novinhas desejavam. Foi
daí que veio a beleza extrema que Miley tinha, os olhos, a boca, o sorriso, a generosidade,
o fogo e tudo que há de bom. É bom ser feliz, ainda mais com quem a gente ama.
Miley, mulher bonita que encantava qualquer homem.
Formada em medicina veterinária, atuava como cirurgiã numa clínica. Tinha
muitos pacientes por dia e amava de paixão tudo o que fazia. Tinha Tom, Ben e
Binna em casa e cuidava deles com o maior carinho. Nas férias, viajavam e
levavam Maria para conhecer novos lugares, ela amava e ficava encantada com
cada detalhe. A saudade de Nathan não passava, cada ano, aumentava e era ruim,
pois desde a morte, algumas coisas dele ainda permaneciam em caixas, pois ela
não conseguia desfazer.
- Papai, cadê a mamãe? – Perguntou Maria, curiosa,
ao chegar da escola e não encontrar Miley.
- Ela passou no médico, jájá ela chega. O que você
quer comer? – Perguntou ele, pegando Maria no colo e a colocando sobre o balcão
da cozinha.
- Hmmmm, panquecas. – Disse ela, com o dedo
indicador tocando o lado da cabeça, como se estivesse pensando no que
responder.
- Panquecas? Eu não sei fazer panquecas, só a mamãe
que sabe.
- Eu sei, um dia ela me ensinou.
- Me ensine. Vamos fazer juntos?
- Sim, sim. – Disse ela, elevando o corpo e os
braços, toda feliz.
Liam era um pai cuidado e responsável, antes que
Maria pudesse explicar, foi logo pesquisando a receita na internet e anotou num
papel. Ela foi falando os ingredientes e logo procurando-os no armário. Colocou
tudo sobre o balcão e explicou da forma que lembrou. Liam torceu e fez da forma
como estava na internet. Maria ajudou a temperar e levar ao forno.
A panqueca estava quase no ponto, quando Miley
chegou em casa. Cansada, abatida e querendo dormir.
- Boa noite, família. Que cheiro é esse? –
Perguntou ela, farejando o ambiente. – Cheiro bom.
- São panquecas, mamãe. – Disse, Maria, com o rosto
sujo de farinha e molho de tomate.
- Quem fez estas panquecas cheirosas?
- Eu e o papai, estamos com fome. – Ela disse,
rindo. – Já vamos servir, vem comer.
- Ah, filha, eu vou sim, mas ... vá tomar seu banho
antes disso, vá?
- Tá bom. – Maria fechou a cara e caminhou até o
banheiro.
Liam a observou com o olhar sedutor e perguntou:
- Tudo bem?
- Sim. Sei lá. Tenho que contar uma coisa. – Disse
ela, largando a bolsa sobre a mesa.
- Diga.
- Vem aqui, me abraça e me beija. – Disse ela, o
abraçando e passando aos mãos pela cintura dele. Liam retribuiu o abraço e a
beijou suavemente.
Miley deixou cair uma lágrima de seu olho e ele
percebeu.
- O que houve, meu amor?
- Liam, estou grávida. – Ela abriu o sorriso.
- Ah ... É sério ... isso? Meu Deus, parabéns meu
amor, eu te amo. – Disse ele, tirando o avental e a abraçando forte mais uma
vez.
- Não tenho nenhuma doença, graças a Deus, mas, o
de gravidez, deu positivo. Eu não sei se choro ou se rio, me sinto feliz, mas
... como vamos contar para Maria?
- Vamos contar para Maria agora, quando ela voltar
do banho. Não temos nada a esconder dela. É a nossa razão pra viver, ela já
sabe que perdeu um irmão antes de nascer e já passou da hora de ter um que ela
possa ver e conhecer. Não vejo problema algum, vamos tirar o quarto de hóspede
e organizar pra chegada desse bebê. Você tem que ficar calma, por favor, sem
estresse. – Disse ele, entusiasmado, segurando as mãos dela e com os olhos
lacrimejando. – Eu estou muito feliz, de verdade.
- Pensei que fosse odiar, não foi planejado, não
estava esperando isso.
- Mas é tão gostoso te ver grávida. Amo toda aquela
tensão, o barrigão, seus pés inchados, eu tendo que correr pra lá e pra cá
matando seus desejos. É a coisa mais deliciosa da vida, meu amor. Temos que nos
sentir realizados por reconstruir nossa família e eu disse, quero mais três
filhos depois desse. Gosto de casa cheia, de bagunça, quero ser o melhor pai do
mundo para os meus filhos.
- Tenho a sorte de ter você. – Ela o beijou e
apertou seu bumbum. – Essa panqueca vai queimar.
Liam correu para tirá-la do fogo, preparou os
pratos, talheres e copos, organizou a mesa da forma mais impecável possível.
Naquele jantar, Maria descobriu que teria um
companheiro de quarto, porém, não sabia se dividiria suas bonecas ou teria que
agüentar cheiro mal das meias fedidas do pequeno irmão. Sentiu-se feliz e
sortuda por alguns dias, contando pra todos na escola e na aula de artes,
desenhava a mamãe de barrigão em quase todas as folhas.
Meses depois, Miley caminhava mais uma vez para a
maternidade, prestes a dar a luz ao bebê que ela preferiu não saber o sexo
antes do nascimento. Tranquila, sem estresse, nasceu um bebê saudável, gordo,
com as feições do pai e cabelo da mãe. Era um menino, para aqueles que
acreditam, a reencarnação de Nathan num corpo totalmente novo. Era muito
parecido com ele, quando Miley o olhou pela primeira vez, sentiu um aperto
junto à emoção de tê-lo ali, era como ver Nathan nascer novamente. O terceiro
melhor dia da vida deles.
Maria cuidou de Enzo nos primeiros meses e
sentia-se orgulhosa de ter um irmãozinho. Ela o trocava e penteava seu cabelo,
assim como fazia com suas bonecas. Miley permaneceu mais uma vez afastada do
serviço, de licença maternidade e pôde aproveitar bem seu mais novo bebê. Com
os traços de Nathan, Enzo trazia alegria à família, pois ali estava mais um
menininho, inocente, meigo, fofo e cheio de alegria pra viver.
Há 12 anos atrás, eles se conheciam, na escola,
como quem não queria nada na vida e hoje, eram pais de três filhos lindos.
Nathan, Maria e Enzo. Apesar dos tempos difíceis que passaram há alguns anos,
nunca deixaram de considerar Nathan como parte da família, pois ela foi a base
de tudo e pra tudo. Foi o primeiro amor, a experiência em que viveram como pais
jovens, tudo o que passaram e superaram após a morte dele. Nathan era um anjo
guardado na memória de cada um daquela família, uma lembrança que jamais irão
esquecer.
Depois daquilo, cada um seguiu sua vida, da forma
tradicional, com muito amor, alegria e felicidade pra dar. O Destino, realmente
muda a vida das pessoas.